Talvez seja o momento de falar da minha fase emo
Ou também: como a homofobia tentou esmagar a influência de uma das subculturas mais importantes do rock das últimas décadas
Qual é a primeira coisa que brota na tua cabeça quando você escuta a palavra emo?
Para muita gente deve surgir a imagem de um jovem com calça skinny, uma franja lisa cobrindo grande parte do rosto (a ponto de tornar perigoso o ato de atravessar uma rua), muito lápis preto no olho e cinto de rebite.
Para mim, vem a imagem de um espaço de show extremamente apertado, bem quente e insalubre, cheio de moleques usando bermuda, camiseta e boné, de braços cruzados assistindo outros três ou quatro moleques vestindo a mesma coisa tocando um som meio pós-rock, meio hardcore e um vocal meio angustiado disputando com um microfone com o volume baixíssimo.
Eu acabei de descrever uma apresentação do Mineral, uma das minhas bandas emo favoritas, tocando em uma biboca nos Estados Unidos em 1997. Só que essa cena também poderia descrever um dos incontáveis shows que assisti nos anos 2000 em casas de show sem alvará na cidade de São Paulo.
Existe uma resposta certa para essa pergunta? Não, as duas imagens são perfeitamente aceitáveis. Tanto o emo de calça skinny, quanto o emo usando bermuda tocando em uma biboca. Mas nem sempre foi assim.
(Continua depois do paywall)
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